segunda-feira, 17 de abril de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 17 de Abril de 2017

Segunda-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Santa Catarina Tekakwitha, índia, mártir, +1680, Beata Maria Ana de Jesus, virgem, +1624

Comentário do dia
São Pedro Crisólogo : «Não temais»

Actos 2,14.22-33.

No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito: 'O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta, e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença'.
Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado, e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis».


Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,

nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.




Mateus 28,8-15.

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição.
Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d'Ele.
Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão».
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido.
Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro,
com esta recomendação: «Dizei: 'Os discípulos vieram de noite roubá-l'O, enquanto nós estávamos a dormir'.
Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz».
Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 80; CCL 24A, 490ss.

«Não temais»

«Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui.» Assim falou o anjo às mulheres, ele que tinha aberto o túmulo por essa razão: não para fazer sair Cristo, que já não estava lá, mas para lhes mostrar isso mesmo: «Ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Vinde, mulheres, vinde. Vede o lugar onde tínheis depositado Adão, onde o género humano tinha sido sepultado. Compreendei que o perdão do Senhor foi tão grande quão grande tinha sido a injustiça que Lhe foi feita. [...] Quando as mulheres entram no sepulcro, tomam parte no ato de sepultar Jesus, tornam-se participantes da própria Paixão. Ao saírem do sepulcro, erguem-se na fé antes de ressuscitarem na carne: deixaram o túmulo, «cheias de temor e de grande alegria». [...] A Escritura diz: «Servi o Senhor com temor e estremecei de júbilo por Ele» (Sl 2,11).

«Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as.» Cristo vem ao encontro daquelas que correm com fé, para que reconheçam com os seus olhos Aquele em quem tinham acreditado pela fé. Quer confortar com a sua presença aquelas que tinham ficado a tremer pelo que lhes fora dito. [...] Vem ao seu encontro como um mestre, saúda-as como um familiar, devolve-lhes a vida por amor, guarda-as pelo temor. Saúda-as para que O sirvam amorosamente, para que o receio não as faça fugir. «Elas aproximaram-se e abraçaram-Lhe os pés». [...] A saudação quer dizer: toquem-Me. Quis ser agarrado, Ele que suportou que O amarrassem. [...]

Diz-lhes: «Não temais», tal como o anjo lhes dissera. Este tinha-as confirmado, Cristo vai torná-las mais fortes ainda. «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão.» Erguendo-Se de entre os mortos, Cristo tomou consigo o homem, não o abandonou. Chama-lhes, por isso, seus irmãos, àqueles que pelo corpo tinha tornado seus irmãos de sangue; chama-lhes irmãos, àqueles que adotou como filhos de seu Pai. Chama-lhes irmãos, àqueles que, como herdeiro pleno de bondade, quis tornar seus co-herdeiros.