quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 09 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 5ª semana do Tempo Comum

S. Miguel Febres Cordero Muñoz, religioso, +1910, Santa Apolónia, virgem, mártir, + 249, S. Maron, monge, + cerca de 410

Comentário do dia
Guigues o Cartuxo : «Ela veio prostrar-se a seus pés»

Gén. 2,18-25.

Disse o Senhor Deus: «Não é bom que o homem esteja só: vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele».
Então o Senhor Deus, depois de ter formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, conduziu-os até junto do homem, para ver como ele os chamaria, a fim de que todos os seres vivos fossem conhecidos pelo nome que o homem lhes desse.
O homem chamou pelos seus nomes todos os animais domésticos, todas as aves do céu e todos os animais do campo. Mas não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
Então o Senhor Deus fez descer sobre o homem um sono profundo e, enquanto ele dormia, tirou-lhe uma costela, fazendo crescer a carne em seu lugar.
Da costela do homem o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem.
Ao vê-la, o homem exclamou: «Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne. Chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem».
Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne.
O homem e sua mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.


Salmos 128(127),1-2.3.4-5.

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.




Marcos 7,24-30.

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se para a região de Tiro e Sidónia. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse. Mas não pôde passar despercebido,
pois logo uma mulher, cuja filha tinha um espírito impuro, ao ouvir falar d'Ele, veio prostrar-se a seus pés.
A mulher era pagã, siro-fenícia de nascimento, e pediu-Lhe que expulsasse o demónio de sua filha.
Mas Jesus respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos estejam saciados, pois não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos».
Ela, porém, disse: «Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças».
Então Jesus respondeu-lhe: «Dizes muito bem. Podes voltar para casa, porque o demónio já saiu da tua filha».
Ela voltou para casa e encontrou a criança deitada na cama. O demónio tinha saído.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Guigues o Cartuxo (1083-1136), prior da Grande Cartuxa
Carta sobre a vida contemplativa, 6-7

«Ela veio prostrar-se a seus pés»

«Senhor, Tu que só os corações puros podem ver (Mt 5,8), eu procuro, na leitura e na meditação, encontrar a verdadeira pureza do coração e a forma de a obter para poder, graças a ela, conhecer-Te, por pouco que seja. Procurei o teu rosto, Senhor, procurei o teu rosto (Sl 26,8). Meditei muito dentro do meu coração, e um fogo se iluminou na minha meditação: o desejo de te conhecer melhor. Quando partes para mim o pão da Sagrada Escritura, eu reconheço-Te nessa fração de pão (Lc 24,30-35). E quanto melhor Te conheço, mais desejo conhecer-Te, não só no sentido do texto, mas no sabor da experiência.

Não o peço, Senhor, pelos meus méritos, mas por causa da tua misericórdia. Devo confessar que sou, realmente, pecador e indigno, mas «também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças». Dá-me portanto, Senhor, em fiança pela herança futura, ao menos uma gota da chuva celeste para refrescar a minha sede, pois estou sequioso de amor. [...]»

É através deste tipo de discursos que a alma chama pelo seu Esposo. E o Senhor, que olha pelos justos e que não ouve apenas as suas preces mas está presente nessa oração, não espera pelo final. Ele interrompe o discurso a meio, aparece de repente, vem rapidamente ao encontro da alma que O deseja, fluindo no doce orvalho do céu como o perfume mais precioso. Ele recria a alma fatigada, alimenta a que tem fome, fortifica a sua fragilidade, reaviva-a mortificando-a através de um admirável esquecimento de si própria, torna-a sóbria ao inebriá-la.