sábado, 2 de abril de 2016

Profecia do Dia


Domingo, dia 03 de Abril de 2016

2º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano C
Segundo Domingo do Tempo Pascal, Domingo da Misericórdia (semana II do saltério)

S. Ricardo de Chichester, bispo, +1253, Santa Engrácia, virgem, mártir, +1050

Comentário do dia
Beato Paulo VI : «Os discípulos encheram-se de alegria ao ver o Senhor.»

Actos 5,12-16.

Pelas mãos dos Apóstolos, realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo. Unidos pelos mesmos sentimentos, reuniam-se todos no Pórtico de Salomão
e, dos restantes, ninguém se atrevia a juntar-se a eles, mas o povo não cessava de os enaltecer.
Sempre em maior número, juntavam-se, em massa, homens e mulheres, acreditando no Senhor,
a tal ponto que traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e catres, a fim de que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles.
A multidão vinha também das cidades próximas de Jerusalém, transportando enfermos e atormentados por espíritos malignos, e todos eram curados.


Salmos 118(117),2-4.22-24.25-27a.

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.




Apoc. 1,9-11a.12-13.17-19.

Eu, João, que sou vosso irmão e companheiro na perseguição, no Reino e na constância cristã, encontrava-me na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
No dia do Senhor, o Espírito arrebatou-me e ouvi atrás de mim uma voz potente como de trombeta,
que dizia: «O que vais ver, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas: à de Éfeso, de Esmirna, de Pérgamo, de Tiatira, de Sardes, de Filadélfia e de Laodiceia.»
Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava. E, ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro;
no meio dos candelabros, vi alguém com aparência humana; estava vestido de uma túnica comprida até aos pés e cingido com um cinto de ouro em torno do peito;
Ao vê-lo, caí como morto, a seus pés. Mas Ele colocou a mão direita sobre mim, dizendo: «Não tenhas medo!Eu sou o Primeiro e o Último;
aquele que vive. Estive morto; mas, como vês, estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da Morte e do Abismo!
Escreve, pois, as coisas que vês, as que estão a acontecer e as que vão acontecer, depois destas.


João 20,19-31.

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Exortação apostólica Gaudete in Domino, sobre a alegria cristã

«Os discípulos encheram-se de alegria ao ver o Senhor.»

A alegria pascal não é a simples alegria de uma transfiguração possível; é a alegria da nova presença de Cristo ressuscitado, que dispensa o Espírito Santo aos seus, a fim de permanecer com eles. O Espírito Paráclito é, assim, dado à Igreja como princípio inesgotável da sua alegria de Esposa de Cristo glorificado. O Espírito que procede do Pai e do Filho, que é o amor vivo e mútuo do Pai e do Filho, passa a ser comunicado ao povo da Nova Aliança e a todas as almas disponíveis para a sua acção íntima. Ele faz de nós sua morada, é o «Doce Hóspede da alma» (Veni Creator). Com Ele, o coração do homem é habitado pelo Pai e pelo Filho. Nessa habitação, o Espírito Santo suscita uma prece de amor filial, que brota do mais fundo da alma e se exprime no louvor, nas acções de graças, na reparação e na súplica. Somos então capazes de saborear a alegria propriamente espiritual, que é fruto do Espírito Santo (Gal 5,22).

Semelhante alegria caracteriza, desde logo, todas as virtudes cristãs. As humildes alegrias humanas, que estão na nossa vida como sementes de uma realidade mais alta, são transfiguradas. Aqui em baixo, a alegria espiritual será sempre acompanhada, numa ou noutra medida, da dolorosa prova da mulher que dá à luz, e de um certo abandono aparente, semelhante ao abandono do órfão: choros e lamentações, enquanto o mundo ostenta uma satisfação perversa. Mas a tristeza dos discípulos que é segundo Deus, e não segundo o mundo, em breve será transformada numa alegria espiritual que ninguém poderá tirar-lhes (Jo 16,20-22).