domingo, 31 de janeiro de 2016

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 01 de Fevereiro de 2016

Segunda-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Beata Maria Ana Vaillot, religiosa, mártir, +1794, Beata Odília (Otília) Baumgarten, religiosa, mártir, +1794, Beata Ana Michelotti, religiosa fundadora, +1887

Comentário do dia
Bento XVI: «Espírito impuro, sai desse homem.»

2 Sam. 15,13-14.30.16,5-13a.

Naqueles dias, alguém foi informar David: «O coração dos homens de Israel está com teu filho Absalão».
Então David ordenou a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: «Erguei-vos e fujamos, porque de outro modo não poderemos livrar-nos de Absalão. Parti sem demora, para que ele não nos apanhe desprevenidos, cause a nossa ruína e passe a cidade ao fio da espada».
Depois David subiu, chorando, o Monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todo o povo que ia com ele levava a cabeça coberta e subia chorando.
Quando David chegou a Baurim, apareceu um homem pertencente à família de Saul, chamado Semei, filho de Gera, que avançou a dizer maldições.
Atirava pedras contra David e contra os seus servos, enquanto todo o povo e todos os valentes guerreiros caminhavam à direita e à esquerda do rei.
Semei amaldiçoava David, dizendo: «Sai daqui, sai daqui, homem iníquo e sanguinário.
O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da família de Saul, cujo trono usurpaste, e fez passar a realeza para as mãos do teu filho Absalão. Tiveste o castigo que merecias, porque és um homem sanguinário».
Abisaí, filho de Sarvia, disse ao rei: «Porque há-de este cão morto amaldiçoar o rei, meu senhor? Deixa-me ir cortar-lhe a cabeça».
O rei, porém, respondeu: «Que vos importa isso, filho de Sarvia? Se o Senhor lhe ordenou que amaldiçoasse David, quem O pode censurar?».
Depois David disse a Abisaí e a todos os seus servos: «Se um filho meu, nascido do meu próprio sangue, procura tirar-me a vida, quanto mais um homem de Benjamim! Deixai-o amaldiçoar, se foi o Senhor quem lho ordenou.
Talvez o Senhor olhe para a minha aflição e transforme em bênçãos as maldições deste dia».
David e os seus homens continuaram o seu caminho.


Salmos 3,2-3.4-5.6-7.

Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar».

Vós, porém, Senhor, sois o meu protetor,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada.

Deito-me e adormeço, e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão,
que de todos os lados me cerca.




Marcos 5,1-20.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram ao outro lado do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Ele desembarcou, saiu ao seu encontro, dos túmulos onde morava, um homem possesso de um espírito impuro.
Já ninguém conseguia prendê-lo, nem sequer com correntes,
pois estivera preso muitas vezes com grilhões e cadeias e ele despedaçava os grilhões e quebrava as cadeias. Ninguém era capaz de dominá-lo.
Andava sempre, de dia e de noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras.
Ao ver Jesus de longe, correu a prostrar-se diante d'Ele e disse,
clamando em alta voz: «Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus, que não me atormentes».
Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito impuro, sai desse homem».
E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?». Ele respondeu: «O meu nome é 'Legião', porque somos muitos».
E suplicava instantemente que não os expulsasse daquela região.
Ora, ali junto do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
Os espíritos impuros pediram a Jesus: «Manda-nos para os porcos e entraremos neles».
Jesus consentiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. A vara, que era de cerca de dois mil, lançou-se ao mar, do precipício abaixo, e os porcos afogaram-se.
Os guardadores fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos; e, de lá, vieram ver o que tinha acontecido.
Ao chegarem junto de Jesus, viram, sentado e em perfeito juízo, o possesso que tinha tido a legião; e ficaram cheios de medo.
Os que tinham visto narraram o que havia acontecido ao possesso e o que se passara com os porcos.
Então pediram a Jesus que Se retirasse do seu território.
Quando Ele ia a subir para o barco, o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele.
Jesus não lho permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti».
Então ele foi-se embora e começou a apregoar na Decápole o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 03/12/08 (© copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Espírito impuro, sai desse homem.»

O poder do mal no coração humano e na História da humanidade é um facto indesmentível. Mantém-se a questão: como explicar este mal? [...] A fé diz-nos que existem dois mistérios de luz e um mistério de noite que, no entanto, está rodeado pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é o seguinte: a fé diz-nos que não há dois princípios, um bom e um mau, mas um único princípio, o Deus criador, e que este princípio é bom, somente bom, sem sombra de mal. É por isso que o ser também não é um misto de bem e de mal: o ser como tal é bom, e portanto é bom ser, é bom viver. Tal é o anúncio feliz da fé: só existe uma origem, que é boa, o Criador. [...]

Em seguida vem um mistério de obscuridade, de noite. O mal não provém da origem do próprio ser, não é igualmente original. O mal provém de uma liberdade criada, de uma liberdade mal utilizada. Como foi isso possível? Como se produziu isso? As coisas permanecem obscuras. O mal não é lógico. Apenas Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. [...] Podemos adivinhá-lo, mas não explicá-lo; não podemos falar dele como de um facto que se segue a outro, uma vez que se trata de uma realidade mais profunda. Continua a ser um mistério de obscuridade, de noite.

Mas surge de imediato outro mistério de luz. O mal provém de uma origem subordinada. Deus, a sua luz, é mais forte. É por isso que o mal pode ser ultrapassado e que a criatura, o homem, pode ser curado. [...] Tanto assim é que, em última análise, vemos que o homem não só pode ser curado mas efectivamente o é. Deus introduziu a cura. Ele entrou pessoalmente na história. À origem permanente do mal, Ele opôs a origem do bem puro. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, contrapõe ao rio poluído do mal um rio de luz. E este rio está presente na História: lembremo-nos dos santos, dos grandes santos mas também dos santos humildes, dos simples fiéis, e perceberemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente e é poderoso.