domingo, 3 de maio de 2015

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 04 de Maio de 2015

Segunda-feira da 5ª semana da Páscoa

S. Floriano, mártir, +304, S. Peregrino Laziosi, religioso, +1345, S. José Maria Rúbio, presbítero, +1929, S. Gregório, o iluminador, bispo, +332

Comentário do dia
São João da Cruz : «A palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que Me enviou»

Actos 14,5-18.

Naqueles dias, surgiu em Icónio um movimento, da parte dos pagãos e dos judeus, com os seus chefes, para maltratar e apedrejar Barnabé e Paulo.
Conscientes da situação, estes refugiaram-se nas cidades da Licaónia, Listra, Derbe e seus arredores,
onde começaram a anunciar a boa nova.
Havia em Listra um homem inválido dos pés, coxo de nascença, que nunca tinha podido andar.
Um dia em que escutava as palavras de Paulo, este fixou nele os olhos e, vendo que tinha fé para ser curado,
disse-lhe com voz forte: «Levanta-te e põe-te direito sobre os pés». Ele levantou-se e começou a andar.
Ao ver o que Paulo tinha feito, a multidão exclamou em licaónico: «Os deuses tomaram forma humana e desceram até nós».
A Barnabé chamavam Zeus e a Paulo Hermes, porque era este que falava.
Então o sacerdote do templo de Zeus, que estava à entrada da cidade, trouxe touros e grinaldas para as portas do templo e, juntamente com a multidão, pretendia oferecer-lhes um sacrifício.
Quando souberam isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as túnicas e precipitaram-se para a multidão, clamando:
«Amigos, que fazeis? Nós somos homens como vós e vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos e voltar-vos para o Deus vivo, que fez o céu, a terra e o mar e tudo o que neles existe.
Nas gerações passadas, permitiu que todas as nações seguissem os seus caminhos.
Mas nem por isso deixou de dar testemunho da sua generosidade, concedendo-vos do céu as chuvas e estações férteis, para saciar de alimento e felicidade os vossos corações».
Com estas palavras, a custo impediram a multidão de lhes oferecer um sacrifício.


Salmos 115(113B),1-2.3-4.15-16.

Não a nós, Senhor, não a nós,
mas ao vosso nome dai glória,
pela vossa misericórdia e fidelidade,
porque diriam os povos: «Onde está o seu Deus?»

O nosso Deus está no céu,
faz tudo o que Lhe apraz.
Os ídolos dos gentios são ouro e prata,
são obra das mãos dos homens.

Bendito seja o Senhor,
que fez o céu e a terra.
O céu é a morada do Senhor;
a terra, deu-a aos filhos dos homens.




João 14,21-26.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
Disse-Lhe Judas, não o Iscariotes: «Senhor, como é que Te vais manifestar a nós e não ao mundo?»
Jesus respondeu-lhe: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, enquanto estava convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
O Monte Carmelo, livro 2, cap. 22

«A palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que Me enviou»

A razão principal por que na Lei Antiga eram lícitas as perguntas que se faziam a Deus, e era justo que os profetas e os sacerdotes quisessem revelações e visões de Deus, era porque ainda não estava bem fundamentada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. […] Mas agora, […] não há razão para O interpelar daquela maneira, nem para que Ele agora fale e responda como então. Porque ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra (Jo 1,1) – e não tem outra –, Deus disse-nos tudo ao mesmo tempo, e nada mais tem a revelar.


É este o sentido daquele texto de S. Paulo aos Hebreus: o que antigamente Deus disse pelos profetas a nossos pais de muitos modos e de muitas maneiras, agora, por último, nestes dias, disse-nos pelo Filho de uma só vez (Heb 1,1-2) […]


Portanto, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora dele outra realidade ou novidade.


Deus poderia responder-lhe desta maneira : «Se já te disse tudo na minha Palavra, que é o meu Filho – e não tenho outra –, que mais te posso Eu responder agora ou revelar? Põe os olhos só nele, porque nele tudo disse e revelei, e acharás ainda mais do que pedes e desejas. […] Fi-lo desde o dia em que desci com o meu Espírito sobre Ele no monte Tabor dizendo: "Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu encanto, escutai-O" (Mt 17,5). Já não tenho mais fé para revelar, nem mais nada para manifestar. Porque, se falava antes, era prometendo a Cristo; e, se Me interrogavam, as perguntas eram orientadas à petição e esperança de Cristo, no qual haviam de encontrar o Bem total, como vo-lo explica agora a doutrina dos evangelistas e dos apóstolos.»