sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Profecia do Dia


Sabado, dia 07 de Fevereiro de 2015

Cinco Chagas do Senhor - Festa
As Cinco Chagas do Senhor

Beata Eugénia Smet (Madre Maria da Providência), religiosa. +1871, Beata Rosália Rendu, religiosa, +1856

Comentário do dia
São Bernardo : «Tirareis água com alegria das fontes da salvação» (Is 12,3)

Is. 53,1-10.

Quem acreditou no que ouvimos dizer? A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz numa terra árida, sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar nem aspeto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto, pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores. Mas nós víamos nele um homem castigado, ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas e esmagado por causa das nossas iniquidades. Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua, mas, quem se preocupa com a sua sorte? Foi arrancado da terra dos vivos e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e um túmulo no meio de malfeitores, embora não tivesse cometido injustiça nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento. Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.


Salmos 22(21),7-8.15-23.

Eu sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me vêm escarnecem de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça.
Sou como água derramada, desconjuntam-se todos os meus ossos. O meu coração tornou-se como cera e derreteu-se dentro do meu peito.
A minha garganta secou-se como barro cozido
e a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;
reduziste-me ao pó da sepultura.

Matilhas de cães me rodearam, cercou-me um bando de malfeitores. Trespassaram as minhas mãos e os os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Eles olham para mim cheios de espanto!
Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!

És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!
Livra a minha alma da espada,
e das garras dos cães a minha vida.
Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,

hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.



João 19,28-37.

Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e Jn fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão de olhar para Aquele que trespassaram».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, n° 61, 3-5

«Tirareis água com alegria das fontes da salvação» (Is 12,3)

Onde poderá a nossa fragilidade encontrar repouso e segurança senão nas chagas do Salvador? […] Perfuraram-Lhe as mãos e os pés e, com uma lança, o lado. Por esses orifícios abertos posso saborear o mel dos rochedos (cf Sl 80,17) e o óleo que corre da pedra dura, isto é, «saborear e ver como o Senhor é bom» (cf Sl 33,9). Ele concebia pensamentos de paz (cf Jer 29,11) e eu não sabia. «Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem Lhe serviu de conselheiro?» (Rom 11,34) Mas o cravo que nele penetrou tornou-se para mim a chave que abre o mistério dos seus desígnios.


Temos de ver através dessas aberturas. Os pregos e as chagas gritam que, verdadeiramente, na pessoa de Cristo, Deus Se reconcilia com o mundo. O ferro trespassou o seu ser e tocou o seu coração para que Ele nunca mais ignore como Se há-de compadecer das minhas fraquezas. O segredo do seu coração aparece a nu nas chagas do seu corpo; vê-se a descoberto o grande mistério da sua bondade, essa ternura misericordiosa do nosso Deus, «que das alturas nos visita como sol nascente» (Lc 1,78). E como poderia essa ternura deixar de se manifestar nas suas chagas? Seria difícil mostrar mais claramente que pelas tuas chagas, Senhor, que Tu és manso e compassivo e duma grande misericórdia, pois não há maior amor do que dar a vida (Jo 15,13) pelos condenados à morte


Todo o meu mérito é, pois, a piedade do Senhor e nunca me faltará mérito enquanto não Lhe faltar piedade. Se as misericórdias de Deus se multiplicarem, os meus méritos serão numerosos. Mas que acontecerá se eu tiver uma grande quantidade de faltas a censurar-me? «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20). E se «a bondade do Senhor é para sempre» eu, por mim, «cantarei eternamente as misericórdias do Senhor» (Sl 102,17; 88,2). Será esta a minha justiça? Senhor, farei memória da tua justiça, porque ela é a minha justiça, pois para mim Te tornaste justiça de Deus (cf Rom 1,17).