sexta-feira, 28 de março de 2014

Profecia do Dia


Sabado, dia 29 de Março de 2014

Sábado da 3ª semana da Quaresma

Beata Joana Maria de Maillé, viúva, +1414, Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629, S. José de Arimateia, séc. I

Comentário do dia
Jean Tauler : «Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.»

Oseias 6,1-6.

«Vinde, voltemos para o Senhor; Ele feriu-nos, Ele nos curará; Ele fez a ferida, Ele fará o penso.
Dar-nos-á de novo a vida em dois dias, ao terceiro dia nos levantará, e viveremos na sua presença.
Conheçamos, esforcemo-nos por conhecer o SENHOR; iminente, como a aurora, está a sua vinda; Ele virá para nós como a chuva, como a chuva da Primavera que irriga a terra.»
Que posso fazer por ti, ó Efraim? Que posso fazer por ti, ó Judá? O vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho matutino que logo se dissipa.
Por isso os castiguei duramente pelos profetas, e os matei pelas palavras da minha boca, e o meu julgamento resplandece como a luz.
Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.


Salmos 51(50),3-4.18-19.20-21ab.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;  
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.

Não te comprazes nos sacrifícios
nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito;
ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.

Pela tua bondade,
trata bem a Sião;
reconstrói os muros de Jerusalém.

Então aceitarás com agrado os sacrifícios devidos, os holocaustos e as ofertas;

então serão oferecidos vítimas
sobre o vosso altar



Lucas 18,9-14.

Naquele tempo, Jesus disse também a seguinte parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por justos e desprezando os demais:
«Dois homens subiram ao templo para orar: um era fariseu e o outro, cobrador de impostos.
O fariseu, de pé, fazia interiormente esta oração: 'Ó Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de impostos.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo.'
O cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: 'Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.'
Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 48, para o 11.º domingo depois da Santíssima Trindade

«Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.»

Crede-me, caras irmãs: em boa verdade, se eu encontrasse um homem com os mesmíssimos sentimentos do cobrador de impostos, isto é, que se tivesse a si próprio por pecador, desde que nesse sentimento de humildade estivesse o desejo de ser bom, […] dar-lhe-ia de bom grado de dois em dois dias a Comunhão do Corpo do Senhor. […] Se quisermos guardar-nos das nossas quedas e faltas graves, é absolutamente necessário que tomemos deste alimento nobre e forte. […] Por conseguinte, não devemos abster-nos da Comunhão de ânimo leve, só porque nos sabemos pecadores; pelo contrário, precisamente por isso devemos apressar-nos a frequentar a Santa Mesa, uma vez que é aí que se escondem, e daí que advêm, a força, a santidade, a ajuda e a consolação.


Mas também não devemos julgar aqueles que lá não vão […], nem sequer levemente, a fim de não ficarmos parecidos com o fariseu que se gloriava de si próprio e condenava aquele que tinha atrás de si. Guardai-vos disso como da perda da vossa alma. […]. Guardai-vos do perigoso pecado da censura […].


Quando acontece ao homem atingir o cume da perfeição, nada se lhe torna mais necessário do que descer às mais baixas profundezas da humildade e permanecer junto da sua raiz. Do mesmo modo que a altura da árvore lhe advém da profundidade das suas raízes, assim a elevação da nossa vida nos vem da fundura da nossa humildade. Eis por que razão o cobrador de impostos, tendo conhecido as profundezas da sua baixeza ao ponto de nem sequer levantar os olhos ao céu, foi elevado às alturas, e «voltou justificado para sua casa» (Lc 18,14).