domingo, 23 de março de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 24 de Março de 2014

Segunda-feira da 3ª semana da Quaresma

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801, Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381

Comentário do dia
Guilherme de Saint-Thierry : «Havia muitas viúvas em Israel»

2 Reis 5,1-15a.

Naqueles dias, Naaman, general dos exércitos do rei da Síria, gozava de grande prestígio diante do seu amo e era muito estimado, porque, por meio dele, o Senhor salvou a Síria; era um homem robusto e valente, mas leproso.
Ora tendo os sírios feito uma incursão no território de Israel, levaram consigo uma jovem donzela, que ficou ao serviço da mulher de Naaman.
Ela disse à sua senhora: «Ah, se o meu amo fosse ter com o profeta que vive na Samaria, certamente ficava curado da lepra!»
Naaman foi contar ao seu soberano aquilo que dissera a jovem israelita.
O rei da Síria respondeu-lhe: «Vai, que eu vou escrever uma carta ao rei de Israel.» Naaman partiu levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa.
Levou ao rei de Israel uma carta escrita nestes termos: «Juntamente com esta carta, aí te mando o meu servo Naaman, para que o cures da sua lepra.»
Ao terminar de ler a carta, o rei de Israel rasgou as suas vestes e exclamou: «Sou eu, porventura, um deus que possa dar a morte ou a vida, de modo que me enviem alguém para eu o curar da lepra? Reparai e vede como ele busca pretextos contra mim.»
Mas Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei rasgara as suas vestes e mandou-lhe dizer: «Porque rasgaste as tuas vestes? Que ele venha ter comigo e saberá que há um profeta em Israel.»
Chegou, pois, Naaman com o seu carro e os seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: «Vai, lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne ficará limpa.»
Naaman, despeitado, retirou-se, dizendo: «Pensava que ele sairia a receber-me e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, colocaria a sua mão no lugar infectado e me curaria da lepra.
Porventura, os rios de Damasco, o Abaná e o Parpar, não são acaso melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia lavar neles e ficar limpo?» E, virando costas, retirou-se indignado.
Mas os seus servos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse mandado uma coisa difícil, não a deverias fazer? Quanto mais agora, ao dizer-te: 'Lava-te e ficarás curado.'»
Naaman desceu ao Jordão e lavou-se sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e a sua carne tornou-se como a de uma criança e ficou limpo.
Voltou, então, ao homem de Deus com toda a sua comitiva; entrou, apresentou-se diante dele e disse: «Reconheço agora que não há outro Deus em toda a Terra, senão o de Israel. Aceita este presente do teu servo.»


Salmos 42(41),2-3.43(42),3-4.

Como suspira a corça pelas águas correntes,
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei contemplar a face de Deus?

Envia a tua luz e a tua verdade,
para que elas me guiem e conduzam
à tua montanha santa, à tua morada.
Eu irei ao altar de Deus,
ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei,
ó Deus, meu Deus.



Lucas 4,24-30.

Naquele tempo, Jesus veio a Nazaré e falou ao povo na sinagoga: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon.
Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»
Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor.
E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo.
Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu-o seu caminho.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
A Contemplação de Deus, 12; SC 61 bis

«Havia muitas viúvas em Israel»

Senhor, a minha alma miserável está nua, gelada e transida; deseja ser aquecida pelo calor do teu amor. […] Na imensidade do meu deserto, na vastidão da vaidade do meu coração, não apanho ramitos como a viúva de Sarepta, mas apenas estes poucos galhos, para preparar a minha comida com um punhado de farinha e a vasilha de azeite, e depois entrar em minha casa e morrer (cf 1Rs 17,10ss) – ou por outra, não morrerei assim tão depressa; não, Senhor, «não morrerei, antes viverei, para narrar as obras do Senhor» (Sl 118,17).


Permaneço, pois, na minha morada solitária […] e abro a boca para Ti, Senhor, procurando alento. E, por vezes, Senhor, […] Tu pões-me qualquer coisa na boca do coração, mas não permites que eu saiba o que é. É certo que sinto um sabor tão doce e tão delicioso, tão reconfortante, […] que já não quero mais nada. Mas Tu não permites que eu compreenda, nem com a vista, nem com a inteligência […]; gostaria de retê-la, de a ruminar, de a saborear, mas ela passa depressa. […] Aprendo pela experiência o que dizes sobre o Espírito no Evangelho: «Não sabes de onde vem nem para onde vai […]. O Espírito sopra onde quer» (Jo 3,8). Descubro em mim que Ele sopra, não quando eu quero, mas quando Ele quer. […]


Devo elevar os olhos somente para Ti, para Ti que és a «fonte de vida», e «na tua luz, verei a luz» (cf Sl 36,10). Para Ti, Senhor, é para Ti que os meus olhos se voltam. […] Mas quanto tempo mais tardarás, durante quanto mais tempo se inclinará a minha alma para Ti, miserável, ansiosa, sem fôlego? Peço-Te: esconde-me «ao abrigo da tua face», guarda-me «das intrigas dos homens»; defende-me «na tua tenda contra as línguas maldizentes» (cf Sl 31,21).